quarta-feira, 13 de maio de 2009

A arte de andar de ônibus


Depois de passar uma semana fazendo um "bate-volta" Santa Cruz - Porto Alegre praticamente todos os dias, descobri algo valioso: andar de ônibus é uma arte e rende, no mínimo, boas histórias. E isso que não eram aqueles de linha comum, onde cada parada é uma surpresa! Mesmo assim, as cinco horas diárias dedicadas ao "fofinho" valeram, pelo menos, uma idéia de post para o blog!

Se as regras de etiqueta existem justamente para melhorar a convivência entre as pessoas, os transportes coletivos, em geral superlotados, deveriam ser os primeiros a adotá-las e cobrá-las dos passageiros. A empresa First Bus, da Inglaterra, fez algo parecido ao lançar um guia de comportamento, mas este destinado exclusivamente aos motoristas de ônibus. Entre as 18 páginas do folheto há orientações como tomar banho todos os dias e usar desodorante regularmente.

Recomendações estas que aponto como as primeiras da lista de pré-requisitos necessárias para o embarque de passageiros. Você pode ter a sorte daquele azento não sentar na poltrona do seu lado, mas há grandes chances de ele ir até o fundo do ônibus se apoiando nos compartimentos superiores para bagagens de mão. Isso se ele não resolver esperar o banheiro desocupar bem ali, parado no corredor ao seu lado, mantendo o equilíbrio com as mãos para cima (repare que ele deve estar usando uma camisa de tecido sintético)!

Falando em banheiro, este deve ser usado unica e exclusivamente para o "número 1". Os passageiros agradecem, principalmente a "galera do fundão".

Aos que possuem toques polifônicos cafonas: já inventaram o silencioso! O modo vibratório, que seja! Não obriguem o ônibus inteiro a ouvir a sua lamentável preferência musical (porque geralmente quem tem toque personalizado é fã de pagode, funk ou serta-nojo). E pode ter certeza que quando você estiver pegando no sono, o celular do cafona infeliz vai tocar (nesse momento, ele deve puxar o aparelho do cinto e em seguida tirá-lo da capinha protetora, ambos acessórios combinando com a cor do sapato)!

Na próxima tentativa de continuar dormindo, provavelmente uma velha chata (não seria uma redundância?!) vai começar a conversar por editorias: política, economia, polícia, esportes, cultura, e por aí vai... você ouve apenas a voz dela, como se fosse um monólogo, e de fato é. Essas são da espécie mais perigosa: falam para o além e observam a reação das pessoas ao redor. Aquele que olhar ou esboçar qualquer reação é capturado como uma presa, e só escapa antes do fim da viagem se tiver um mp4 em mãos.

Para os adeptos ao fone de ouvido: não se esqueçam de tirá-los antes de discutir a relação com a (o) companheira (o) ao lado. Ninguém precisa saber há quanto tempo vocês não fazem amor.

Depois do garoto propaganda da Red Bull ("te dá aaaasaas"!), do parceiro que comeu repolho e rabanete antes da viagem, do cafona do celular, da velha superculta e do sujeito-sem-noção-com-fones-nos-ouvidos, você ouve o último hit da Madona e pensa que o motorista ligou o rádio. Aí você olha para o lado e vê aquele cara que você pensou que fosse homem atendendo o celular com as mãos exibindo unhas de dar inveja até na Paris Hilton. Aí você e o ônibus inteiro descobrem que ele está indo para a sua cidade passar a faixa de Mais Bela Trans 2009.

Para pessoas efusivas demais, as empresas de transportes públicos deveriam disponibilizar Rivotril.

Um comentário:

Daia Balardin disse...

Sou prova de que tudo isso realmente aconteceu!!!!!!!!

Affffffffffffff!!!!!!!!!

adorei amiga!!

bjo bjo