quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Quem disse que é fácil ganhar 15 mil por mês?!

Hoje, quando o despertador tocou às sete horas, ao mesmo tempo em que programei os cinco minutinhos a mais, lembrei que a manhã seria corrida! Tinha a missão de ir até a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural da Unisc), que fica em Sinimbu, produzir uma matéria e voltar em tempo de colocar o vt no Jornal do Almoço.

Meu parceiro na missão de hoje foi o Peterson, carinhosamente apelidado por mim de Peterpan, ou mesmo Péti! A cada placa do tipo "RPPN: Faltam 21km"... "12km"..."6km"... aumentava a angústia e a dúvida se iríamos conseguir cumprir a tarefa!

Até que a dúvida virou uma certeza: depois de percorrer o interior do interior do interior de Sinimbu, mais precisamente a uma distância de 48km de Santa Cruz, eis que furam não um, e sim dois pneus da camionete! Sem qualquer sinal de celular ou civilização por perto, o jeito foi trocar um pneu e esperar por socorro! A esperança chegou com um barulho de motor, bem longe, foi aumentando aos poucos, descendo a estrada de chão e surgindo em meio a poeira. Com um pneu emprestado, foi possível chegar até uma borracharia no centro para fazer a troca.

Mas isso já era quase uma hora da tarde! A missão, que não foi cumprida, pelo menos rendeu uma boa história pra contar!


Peterson provando que a gente ganha pouco, se fode, mas se diverte!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Santo de casa não faz milagre


Existem coisas na vida que são óbvias. Do tipo: O céu é azul. A noite é escura. A chuva é molhada. E por aí vai.

Comer os alimentos certos e nas horas certas ajuda no emagrecimento. Acredito que isso faz parte das obviedades da vida. Praticamente um pleonasmo. Mas tem gente que precisa pagar para ouvir isso. Pode até ouvir de graça, mas para acreditar precisa investir alguns mirréis, como se o dinheiro fosse a garantia de credibilidade da informação.

Conheço alguém que está de regime (outra obviedade, afinal, quem não conhece?). Depois de consultar uma nutricionista, veio até mim e, maravilhada, me contou o segredo do emagrecimento: comer pouco, mas várias vezes ao dia; dar preferência aos alimentos de baixa caloria; e o melhor de tudo: não é preciso passar fome. Tudo isso narrado naquele tom de quem descobriu a América.

Enquanto que, na verdade, quem descobriu a América fui eu! Saquei que há um novo nicho de mercado que merece ser explorado: a obviedade. Afinal, quantas pessoas ganham dinheiro para dizer coisas óbvias? A nutricionista que substitui o arroz branco pelo arroz integral. A psicóloga que sugere que você deve aprender a controlar a ira. A cartomante que vê algum amigo invejoso na sua vida. O político que diz que a saúde pública deve melhorar. Etc. Etc. Etc.

A propósito: agora vou sair para fora, pois preciso continuar cursando o meu curso à distância de jornalismo de moda. Como é à distância, não é necessário comparecer pessoalmente. Depois vou dormir, pois quando amanhecer o dia devo retornar de novo ao trabalho.

Tchau!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Oração do Jornalista


Deus não deixe eu chegar atrasado à redação.

Que eu possa, Senhor, cumprir minha pauta, conseguindo informações corretas e úteis, sem aparecer mais que o entrevistado.

Que eu consiga uma boa fotografia.

Que a câmera filmadora não falhe e o motorista esteja disponível.

Senhor, tomara que a internet não saia do ar e que o meu editor não esteja de mau-humor.

Peço-lhe Senhor, muita paz e tranqüilidade durante a entrevista e discernimento para fazer a matéria justa e bem elaborada.

Que o tempo seja suficiente para cumprir a outra pauta que me aguarda, logo em seguida,do outro lado da cidade.

E que o meu trabalho contribua para diminuir a desigualdade social, e ajude a melhorar a qualidade de vida do planeta.

Que eu entregue tudo a tempo e não sofra nenhuma agressão.

Ou pior, seja alvo de uma bala perdida, virando notícia.

Que a matéria seja simples sem ser simplista.

Que não seja prolixa e sim criativa.

Que eu não cometa nenhum erro de português, Senhor, para não ser massacrado pelos colegas.

Principalmente, Senhor, que eu não caia no pescoção...que possa pagar minhas contas com esse salário e que nenhum jabáme seduza.

E, finalmente, meu Deus, me ajude para que eu possa entregar tudo revisado e no prazo do dead line.

Assim seja!

sábado, 5 de setembro de 2009

Emoção que não tem preço

Uma das "coisas que me irritam", já não me irritam mais: estar desempregada. Na quinta-feira, dia 3, recebi uma boa notícia: fui selecionada para trabalhar como freelancer da RBS TV! Em um primeiro momento, na sucursal de Santa Cruz, e posteriormente, em Lajeado.

Hoje foi recém o segundo dia de trabalho e já rendeu grandes emoções. Me senti o "repórter Esso" ao ser a "testemunha ocular" da prisão do último suspeito da quadrilha que assaltou três bancos em Boqueirão do Leão. Adrenalina que não há sálario que pague. Hoje tive certeza de que escolhi a profissão certa! E que venham mais emoções!


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Coisas que me irritam - parte II


- Oi Bianca, tudo bem?!
- Tudo... e contigo?!
- Tudo ótimo! Ainda mais com esse calorzinho né?! Coisa boa!

Coisa boa o #@!$#%@. Francamente, não sei por que as pessoas insistem em gostar do calor. E olha que os fãs do verão que eu conheço não são mulheres saradas necessitadas de exibir sua boa forma vestindo mini-blusas e micro-shorts que no inverno podem ser aproveitados como cintos. Tão pouco são homens-tanque ou milionários que passam os finais de semana na praia e durante a semana vão da casa (com ar condicionado em cada cômodo e piscina olímpica no quintal) para o escritório (com ar condicionado) e do escritório (com ar condicionado) para a casa (com ar condicionado em cada cômodo e piscina olímpica no quintal) sempre de carro (com ar condicionado).

Nada disso. São pessoas que tem um pneuzinho aqui e outro ali, algumas trabalham e moram em lugares sem refrigeração, outras utilizam meio de transporte público, e todas são unânimes em dizer que no verão se tem mais disposição.

Tudo bem, gosto é gosto, mas a mim não me parece nada animador tomar três banhos por dia e continuar suando, passar o dia com o cabelo molhado, a pele oleosa e com aspecto de sujeira, sem falar nas famosas "pizzas" que aparecem embaixo do braço. Sentir o suor escorrendo no rosto quando não está em movimento, imagina praticar algum esporte. Se quiser sair à noite, esquece a maquiagem. Em vez de colocar o batom e o lápis na bolsa, coloca uma toalha e um desodorante que serão bem mais úteis.

A cada ano que passa me convenço mais de que o Brasil não precisa de verão. Seria melhor pular da primavera direto para o outono. Ainda nem estamos na época mais quente do ano e os termômetros já marcam 30 graus. Para o verão resta apenas ser a estação da exacerbação das temperaturas.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Coisas que me irritam - parte I

Quando associam o uso de drogas, em especial o ecstasy, às raves. Quero dizer, somente às raves;

Quando olho para o mercado de trabalho e vejo tanta gente incompetente com seu lugar ao sol garantido. E eu aqui, desempregada.

Ontem tive a infelicidade de me irritar com essas duas coisas quando assisti ao Teledomingo. O programa começou com uma reportagem para "servir de alerta aos pais", como anunciaram os apresentadores. Intitulada "a bala", a matéria denominou as raves como "festas embaladas por música eletrônica e por uma droga chamada ecstasy". No início, parecia ser mais uma matéria informativa sobre os perigos da popular "bala", mas se limitou a classificar os freqüentadores das raves como "fritos" e associar a dança, o consumo de água e de pirulito ao consumo da droga.

Ok, não sejamos hipócritas. Existe, sim, um grande consumo de drogas nessas festas, principalmente as sintéticas. Mas esse é um problema presente também em outras festas de menos tempo de duração. Existem, sim, aqueles que freqüentam as raves para "fritar" e testar os limites do próprio corpo. Mas também existem aqueles que querem apenas dançar ao som de uma música de qualidade e buscar a paz de espírito junto à natureza. Afinal, é com esse propósito que as raves são organizadas longe dos centros urbanos, e não por "uma questão estratégica para o livre consumo de drogas", como dito na reportagem.

A marginalização das raves nada mais é do que o resultado da globalização e do capitalismo, que transformaram essas festas em um verdadeiro fenômeno comercial. O psytrance deixou de ser uma cultura, uma filosofia de vida, e se tornou moda. Cabe à imprensa usar o seu poder para resgatar esses valores, como gloriosamente fez o Jornal da Globo em 2006, em um ótimo exemplo da busca pela objetividade no jornalismo. Também cabe à imprensa denunciar o tráfico de drogas e alertar a sociedade sobre os perigos das substâncias tóxicas, sem precisar para isso ir de encontro aos princípios éticos do jornalismo.

Pronto. Desabafei.

Veja com seus próprios olhos a diferença entre as duas reportagens e tire suas próprias conclusões:

Reportagem exibida no Teledomingo, dia 30/08/2009:



Reportagem exibida no Jornal da Globo, dia 13/10/2006:

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Não pensa, só vai!


Passadas as comemorações da formatura, o “mundo de Bianca” continua “fantástico”, mas o “pseudo” cai fora, merecendo inclusive um novo layout para o blog.

Agora as pessoas vêm me perguntar como eu me sinto como jornalista, e eu respondo: me sinto uma pseudo-psicóloga. Afinal, o que eu mais tenho feito nos últimos tempos, além de distribuir currículo, é dar conselhos (e para mim esse negócio de que se conselho fosse bom não se daria, vendia, é coisa de mercenário)! Atendo o telefone na esperança de que seja uma notícia sobre aquela tão esperada oportunidade de emprego, mas a voz chorosa dizendo “amiga, preciso da tua ajuda!” me faz acordar para a realidade.

Mas até que eu gosto dessa realidade. Poder ajudar, sentir-se útil, compartilhar tristezas, experiências, alegrias, e também aprender com elas. Uma das lições que aprendi, por exemplo, é que às vezes as pessoas pensam demais. Perdem tempo analisando se é melhor fazer isso ou aquilo. Foi assim que o burro morreu. Claro que não se pode agir por impulso sempre. Tem que haver um meio termo.

Quem pensa muito antes de tomar uma decisão geralmente tem medo de se arriscar e receio de se arrepender. Mas a vida é um risco, e nem teria graça se assim não fosse. Por ela passamos apenas uma vez e é nossa única chance de encontrar a felicidade. O que parece melhor: correr o risco de ser infeliz tentando ser feliz, ou ser infeliz com medo de arriscar tentar ser feliz?

Há dois meses eu corri o risco. Tomei coragem para encerar um ciclo, iniciar uma nova etapa e me despir dos meus medos. Ignorei a razão, permiti que a emoção tomasse conta e deixei que o coração fizesse as escolhas. Fui criticada por muitos, elogiada por poucos e admirada por alguns. Pouco me importei com a opinião alheia, pois ninguém mais iria sofrer as conseqüências além de mim. Uma pena, pois gostaria que todos pudessem “sofrer” as conseqüências que estou “sofrendo”, sentir pelo menos um terço do que estou sentindo.

Hoje, posso olhar para trás e dizer que eu tentei ser feliz. E o melhor de tudo: valeu a pena!