terça-feira, 15 de setembro de 2009

Santo de casa não faz milagre


Existem coisas na vida que são óbvias. Do tipo: O céu é azul. A noite é escura. A chuva é molhada. E por aí vai.

Comer os alimentos certos e nas horas certas ajuda no emagrecimento. Acredito que isso faz parte das obviedades da vida. Praticamente um pleonasmo. Mas tem gente que precisa pagar para ouvir isso. Pode até ouvir de graça, mas para acreditar precisa investir alguns mirréis, como se o dinheiro fosse a garantia de credibilidade da informação.

Conheço alguém que está de regime (outra obviedade, afinal, quem não conhece?). Depois de consultar uma nutricionista, veio até mim e, maravilhada, me contou o segredo do emagrecimento: comer pouco, mas várias vezes ao dia; dar preferência aos alimentos de baixa caloria; e o melhor de tudo: não é preciso passar fome. Tudo isso narrado naquele tom de quem descobriu a América.

Enquanto que, na verdade, quem descobriu a América fui eu! Saquei que há um novo nicho de mercado que merece ser explorado: a obviedade. Afinal, quantas pessoas ganham dinheiro para dizer coisas óbvias? A nutricionista que substitui o arroz branco pelo arroz integral. A psicóloga que sugere que você deve aprender a controlar a ira. A cartomante que vê algum amigo invejoso na sua vida. O político que diz que a saúde pública deve melhorar. Etc. Etc. Etc.

A propósito: agora vou sair para fora, pois preciso continuar cursando o meu curso à distância de jornalismo de moda. Como é à distância, não é necessário comparecer pessoalmente. Depois vou dormir, pois quando amanhecer o dia devo retornar de novo ao trabalho.

Tchau!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Oração do Jornalista


Deus não deixe eu chegar atrasado à redação.

Que eu possa, Senhor, cumprir minha pauta, conseguindo informações corretas e úteis, sem aparecer mais que o entrevistado.

Que eu consiga uma boa fotografia.

Que a câmera filmadora não falhe e o motorista esteja disponível.

Senhor, tomara que a internet não saia do ar e que o meu editor não esteja de mau-humor.

Peço-lhe Senhor, muita paz e tranqüilidade durante a entrevista e discernimento para fazer a matéria justa e bem elaborada.

Que o tempo seja suficiente para cumprir a outra pauta que me aguarda, logo em seguida,do outro lado da cidade.

E que o meu trabalho contribua para diminuir a desigualdade social, e ajude a melhorar a qualidade de vida do planeta.

Que eu entregue tudo a tempo e não sofra nenhuma agressão.

Ou pior, seja alvo de uma bala perdida, virando notícia.

Que a matéria seja simples sem ser simplista.

Que não seja prolixa e sim criativa.

Que eu não cometa nenhum erro de português, Senhor, para não ser massacrado pelos colegas.

Principalmente, Senhor, que eu não caia no pescoção...que possa pagar minhas contas com esse salário e que nenhum jabáme seduza.

E, finalmente, meu Deus, me ajude para que eu possa entregar tudo revisado e no prazo do dead line.

Assim seja!

sábado, 5 de setembro de 2009

Emoção que não tem preço

Uma das "coisas que me irritam", já não me irritam mais: estar desempregada. Na quinta-feira, dia 3, recebi uma boa notícia: fui selecionada para trabalhar como freelancer da RBS TV! Em um primeiro momento, na sucursal de Santa Cruz, e posteriormente, em Lajeado.

Hoje foi recém o segundo dia de trabalho e já rendeu grandes emoções. Me senti o "repórter Esso" ao ser a "testemunha ocular" da prisão do último suspeito da quadrilha que assaltou três bancos em Boqueirão do Leão. Adrenalina que não há sálario que pague. Hoje tive certeza de que escolhi a profissão certa! E que venham mais emoções!


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Coisas que me irritam - parte II


- Oi Bianca, tudo bem?!
- Tudo... e contigo?!
- Tudo ótimo! Ainda mais com esse calorzinho né?! Coisa boa!

Coisa boa o #@!$#%@. Francamente, não sei por que as pessoas insistem em gostar do calor. E olha que os fãs do verão que eu conheço não são mulheres saradas necessitadas de exibir sua boa forma vestindo mini-blusas e micro-shorts que no inverno podem ser aproveitados como cintos. Tão pouco são homens-tanque ou milionários que passam os finais de semana na praia e durante a semana vão da casa (com ar condicionado em cada cômodo e piscina olímpica no quintal) para o escritório (com ar condicionado) e do escritório (com ar condicionado) para a casa (com ar condicionado em cada cômodo e piscina olímpica no quintal) sempre de carro (com ar condicionado).

Nada disso. São pessoas que tem um pneuzinho aqui e outro ali, algumas trabalham e moram em lugares sem refrigeração, outras utilizam meio de transporte público, e todas são unânimes em dizer que no verão se tem mais disposição.

Tudo bem, gosto é gosto, mas a mim não me parece nada animador tomar três banhos por dia e continuar suando, passar o dia com o cabelo molhado, a pele oleosa e com aspecto de sujeira, sem falar nas famosas "pizzas" que aparecem embaixo do braço. Sentir o suor escorrendo no rosto quando não está em movimento, imagina praticar algum esporte. Se quiser sair à noite, esquece a maquiagem. Em vez de colocar o batom e o lápis na bolsa, coloca uma toalha e um desodorante que serão bem mais úteis.

A cada ano que passa me convenço mais de que o Brasil não precisa de verão. Seria melhor pular da primavera direto para o outono. Ainda nem estamos na época mais quente do ano e os termômetros já marcam 30 graus. Para o verão resta apenas ser a estação da exacerbação das temperaturas.