quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Quem disse que é fácil ganhar 15 mil por mês?!

Hoje, quando o despertador tocou às sete horas, ao mesmo tempo em que programei os cinco minutinhos a mais, lembrei que a manhã seria corrida! Tinha a missão de ir até a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural da Unisc), que fica em Sinimbu, produzir uma matéria e voltar em tempo de colocar o vt no Jornal do Almoço.

Meu parceiro na missão de hoje foi o Peterson, carinhosamente apelidado por mim de Peterpan, ou mesmo Péti! A cada placa do tipo "RPPN: Faltam 21km"... "12km"..."6km"... aumentava a angústia e a dúvida se iríamos conseguir cumprir a tarefa!

Até que a dúvida virou uma certeza: depois de percorrer o interior do interior do interior de Sinimbu, mais precisamente a uma distância de 48km de Santa Cruz, eis que furam não um, e sim dois pneus da camionete! Sem qualquer sinal de celular ou civilização por perto, o jeito foi trocar um pneu e esperar por socorro! A esperança chegou com um barulho de motor, bem longe, foi aumentando aos poucos, descendo a estrada de chão e surgindo em meio a poeira. Com um pneu emprestado, foi possível chegar até uma borracharia no centro para fazer a troca.

Mas isso já era quase uma hora da tarde! A missão, que não foi cumprida, pelo menos rendeu uma boa história pra contar!


Peterson provando que a gente ganha pouco, se fode, mas se diverte!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Santo de casa não faz milagre


Existem coisas na vida que são óbvias. Do tipo: O céu é azul. A noite é escura. A chuva é molhada. E por aí vai.

Comer os alimentos certos e nas horas certas ajuda no emagrecimento. Acredito que isso faz parte das obviedades da vida. Praticamente um pleonasmo. Mas tem gente que precisa pagar para ouvir isso. Pode até ouvir de graça, mas para acreditar precisa investir alguns mirréis, como se o dinheiro fosse a garantia de credibilidade da informação.

Conheço alguém que está de regime (outra obviedade, afinal, quem não conhece?). Depois de consultar uma nutricionista, veio até mim e, maravilhada, me contou o segredo do emagrecimento: comer pouco, mas várias vezes ao dia; dar preferência aos alimentos de baixa caloria; e o melhor de tudo: não é preciso passar fome. Tudo isso narrado naquele tom de quem descobriu a América.

Enquanto que, na verdade, quem descobriu a América fui eu! Saquei que há um novo nicho de mercado que merece ser explorado: a obviedade. Afinal, quantas pessoas ganham dinheiro para dizer coisas óbvias? A nutricionista que substitui o arroz branco pelo arroz integral. A psicóloga que sugere que você deve aprender a controlar a ira. A cartomante que vê algum amigo invejoso na sua vida. O político que diz que a saúde pública deve melhorar. Etc. Etc. Etc.

A propósito: agora vou sair para fora, pois preciso continuar cursando o meu curso à distância de jornalismo de moda. Como é à distância, não é necessário comparecer pessoalmente. Depois vou dormir, pois quando amanhecer o dia devo retornar de novo ao trabalho.

Tchau!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Oração do Jornalista


Deus não deixe eu chegar atrasado à redação.

Que eu possa, Senhor, cumprir minha pauta, conseguindo informações corretas e úteis, sem aparecer mais que o entrevistado.

Que eu consiga uma boa fotografia.

Que a câmera filmadora não falhe e o motorista esteja disponível.

Senhor, tomara que a internet não saia do ar e que o meu editor não esteja de mau-humor.

Peço-lhe Senhor, muita paz e tranqüilidade durante a entrevista e discernimento para fazer a matéria justa e bem elaborada.

Que o tempo seja suficiente para cumprir a outra pauta que me aguarda, logo em seguida,do outro lado da cidade.

E que o meu trabalho contribua para diminuir a desigualdade social, e ajude a melhorar a qualidade de vida do planeta.

Que eu entregue tudo a tempo e não sofra nenhuma agressão.

Ou pior, seja alvo de uma bala perdida, virando notícia.

Que a matéria seja simples sem ser simplista.

Que não seja prolixa e sim criativa.

Que eu não cometa nenhum erro de português, Senhor, para não ser massacrado pelos colegas.

Principalmente, Senhor, que eu não caia no pescoção...que possa pagar minhas contas com esse salário e que nenhum jabáme seduza.

E, finalmente, meu Deus, me ajude para que eu possa entregar tudo revisado e no prazo do dead line.

Assim seja!

sábado, 5 de setembro de 2009

Emoção que não tem preço

Uma das "coisas que me irritam", já não me irritam mais: estar desempregada. Na quinta-feira, dia 3, recebi uma boa notícia: fui selecionada para trabalhar como freelancer da RBS TV! Em um primeiro momento, na sucursal de Santa Cruz, e posteriormente, em Lajeado.

Hoje foi recém o segundo dia de trabalho e já rendeu grandes emoções. Me senti o "repórter Esso" ao ser a "testemunha ocular" da prisão do último suspeito da quadrilha que assaltou três bancos em Boqueirão do Leão. Adrenalina que não há sálario que pague. Hoje tive certeza de que escolhi a profissão certa! E que venham mais emoções!


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Coisas que me irritam - parte II


- Oi Bianca, tudo bem?!
- Tudo... e contigo?!
- Tudo ótimo! Ainda mais com esse calorzinho né?! Coisa boa!

Coisa boa o #@!$#%@. Francamente, não sei por que as pessoas insistem em gostar do calor. E olha que os fãs do verão que eu conheço não são mulheres saradas necessitadas de exibir sua boa forma vestindo mini-blusas e micro-shorts que no inverno podem ser aproveitados como cintos. Tão pouco são homens-tanque ou milionários que passam os finais de semana na praia e durante a semana vão da casa (com ar condicionado em cada cômodo e piscina olímpica no quintal) para o escritório (com ar condicionado) e do escritório (com ar condicionado) para a casa (com ar condicionado em cada cômodo e piscina olímpica no quintal) sempre de carro (com ar condicionado).

Nada disso. São pessoas que tem um pneuzinho aqui e outro ali, algumas trabalham e moram em lugares sem refrigeração, outras utilizam meio de transporte público, e todas são unânimes em dizer que no verão se tem mais disposição.

Tudo bem, gosto é gosto, mas a mim não me parece nada animador tomar três banhos por dia e continuar suando, passar o dia com o cabelo molhado, a pele oleosa e com aspecto de sujeira, sem falar nas famosas "pizzas" que aparecem embaixo do braço. Sentir o suor escorrendo no rosto quando não está em movimento, imagina praticar algum esporte. Se quiser sair à noite, esquece a maquiagem. Em vez de colocar o batom e o lápis na bolsa, coloca uma toalha e um desodorante que serão bem mais úteis.

A cada ano que passa me convenço mais de que o Brasil não precisa de verão. Seria melhor pular da primavera direto para o outono. Ainda nem estamos na época mais quente do ano e os termômetros já marcam 30 graus. Para o verão resta apenas ser a estação da exacerbação das temperaturas.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Coisas que me irritam - parte I

Quando associam o uso de drogas, em especial o ecstasy, às raves. Quero dizer, somente às raves;

Quando olho para o mercado de trabalho e vejo tanta gente incompetente com seu lugar ao sol garantido. E eu aqui, desempregada.

Ontem tive a infelicidade de me irritar com essas duas coisas quando assisti ao Teledomingo. O programa começou com uma reportagem para "servir de alerta aos pais", como anunciaram os apresentadores. Intitulada "a bala", a matéria denominou as raves como "festas embaladas por música eletrônica e por uma droga chamada ecstasy". No início, parecia ser mais uma matéria informativa sobre os perigos da popular "bala", mas se limitou a classificar os freqüentadores das raves como "fritos" e associar a dança, o consumo de água e de pirulito ao consumo da droga.

Ok, não sejamos hipócritas. Existe, sim, um grande consumo de drogas nessas festas, principalmente as sintéticas. Mas esse é um problema presente também em outras festas de menos tempo de duração. Existem, sim, aqueles que freqüentam as raves para "fritar" e testar os limites do próprio corpo. Mas também existem aqueles que querem apenas dançar ao som de uma música de qualidade e buscar a paz de espírito junto à natureza. Afinal, é com esse propósito que as raves são organizadas longe dos centros urbanos, e não por "uma questão estratégica para o livre consumo de drogas", como dito na reportagem.

A marginalização das raves nada mais é do que o resultado da globalização e do capitalismo, que transformaram essas festas em um verdadeiro fenômeno comercial. O psytrance deixou de ser uma cultura, uma filosofia de vida, e se tornou moda. Cabe à imprensa usar o seu poder para resgatar esses valores, como gloriosamente fez o Jornal da Globo em 2006, em um ótimo exemplo da busca pela objetividade no jornalismo. Também cabe à imprensa denunciar o tráfico de drogas e alertar a sociedade sobre os perigos das substâncias tóxicas, sem precisar para isso ir de encontro aos princípios éticos do jornalismo.

Pronto. Desabafei.

Veja com seus próprios olhos a diferença entre as duas reportagens e tire suas próprias conclusões:

Reportagem exibida no Teledomingo, dia 30/08/2009:



Reportagem exibida no Jornal da Globo, dia 13/10/2006:

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Não pensa, só vai!


Passadas as comemorações da formatura, o “mundo de Bianca” continua “fantástico”, mas o “pseudo” cai fora, merecendo inclusive um novo layout para o blog.

Agora as pessoas vêm me perguntar como eu me sinto como jornalista, e eu respondo: me sinto uma pseudo-psicóloga. Afinal, o que eu mais tenho feito nos últimos tempos, além de distribuir currículo, é dar conselhos (e para mim esse negócio de que se conselho fosse bom não se daria, vendia, é coisa de mercenário)! Atendo o telefone na esperança de que seja uma notícia sobre aquela tão esperada oportunidade de emprego, mas a voz chorosa dizendo “amiga, preciso da tua ajuda!” me faz acordar para a realidade.

Mas até que eu gosto dessa realidade. Poder ajudar, sentir-se útil, compartilhar tristezas, experiências, alegrias, e também aprender com elas. Uma das lições que aprendi, por exemplo, é que às vezes as pessoas pensam demais. Perdem tempo analisando se é melhor fazer isso ou aquilo. Foi assim que o burro morreu. Claro que não se pode agir por impulso sempre. Tem que haver um meio termo.

Quem pensa muito antes de tomar uma decisão geralmente tem medo de se arriscar e receio de se arrepender. Mas a vida é um risco, e nem teria graça se assim não fosse. Por ela passamos apenas uma vez e é nossa única chance de encontrar a felicidade. O que parece melhor: correr o risco de ser infeliz tentando ser feliz, ou ser infeliz com medo de arriscar tentar ser feliz?

Há dois meses eu corri o risco. Tomei coragem para encerar um ciclo, iniciar uma nova etapa e me despir dos meus medos. Ignorei a razão, permiti que a emoção tomasse conta e deixei que o coração fizesse as escolhas. Fui criticada por muitos, elogiada por poucos e admirada por alguns. Pouco me importei com a opinião alheia, pois ninguém mais iria sofrer as conseqüências além de mim. Uma pena, pois gostaria que todos pudessem “sofrer” as conseqüências que estou “sofrendo”, sentir pelo menos um terço do que estou sentindo.

Hoje, posso olhar para trás e dizer que eu tentei ser feliz. E o melhor de tudo: valeu a pena!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Vo quereeeeee!

Atendendo a pedidos, aqui vai uma lista de sugestões de presentes bem-vindos na minha formatura!

- Livros de qualquer assunto, tamanho, formato, cor;
- Acessórios by Júlia Camargo;
- Colares, brincos, lenços, mantas, meia-calça colorida, polaina;
- Bolsas (dica: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=16918281310742264759)
- Calçados da Barth (http://www.barthshoes.com.br/inverno_2009/) ou desse estilo;
- Galochas coloridas (http://www.cosse.com.br/cosse/Galochas.html)
- Roupas Íntimas (Exótica Moda Íntima ou Flor de Alfazema Boutique);
- Vale compras da Dorinho, Patussi, Suspect, Brasil Urbano, Rosa Pink, Datelli...;
- Perfume 212 Sexy Carolina Herrera ou Jungle By Kenzo;
- Qualquer coisa do Mercado da Bruxa ou que tem a ver com misticismo;
- Porta-jóia ou porta-qualquer-coisa;
- Mural de fotos com ímã ou porta-retratos;
- Maquiagem.

sábado, 1 de agosto de 2009

A pandemia de Murphy


"Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais: dará da pior maneira possível, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível".

Certo estava o capitão da Força Aérea americana, Edward Murphy, quando formulou suas sábias leis. Lembro dele sempre quando escolho a fila mais demorada, quando aquele pão de queijo delicioso acaba justo na minha vez, quando aquela bota linda não está mais na vitrine quando eu recebo meu salário, quando o telefone toca no exato momento que eu entro no box para tomar banho, quando aquela meia que eu quero colocar hoje está na última gaveta que eu procuro, quando o pão escapa da minha mão e cai no chão com o lado da manteiga virado para baixo, entre outras situações.

Mas esse ano, Murphy se superou! Cursei a faculdade de Jornalismo por quatro anos e meio, sempre sonhando e esperando pelo dia 8 de agosto de 2009, o dia da formatura. Agora, há uma semana do tão aguardado dia, vemos pessoas de máscaras nas ruas e somos orientados a evitar locais de grande concentração de público. Como medida preventiva a fim de evitar possíveis contágios do vírus H1N1, muitos eventos estão sendo cancelados.

Uma chance para adivinhar o que foi cancelado esta semana...

Acredite: a Lei de Murphy existe!

OBS: A turma de formandos da Comunicação Social e da Economia 2009/1, com formatura inicialmente prevista para o dia 08/08/2009 e transferida esta semana para o dia 29/08/2009, reuniu-se com a reitoria da Universidade de Santa Cruz do Sul e alegou o transtorno que o adiamento da data está causando para todos. Com base nisso, a decisão da universidade será repensada e a resposta oficial sobre o dia da cerimônia será dado na segunda-feira, dia 3.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O retorno!


Passado o pesadelo da monografia, cá estou novamente, de volta à vida social e à blogosfera! Vivendo o momento mais esperado do semestre: as férias e os preparativos para a formatura! Um momento idealizado como perfeito, para o qual reservei as melhores expectativas, do tipo "quando eu acabar a mono vou fazer isso isso e aquilo", ou "to loca para que cheguem as férias", ou ainda "isso eu só vou fazer quando acabarem as aulas"!

Mas, para a minha surpresa, fui tomada por um sentimento estranho, ainda sem definição, mas que nada se assemelha com a felicidade que esperava encontrar nessa fase! Contradizendo a profissão que escolhi, não tenho uma boa relação com imprevistos. Cresci tendo hora para dormir, hora para acordar, hora para comer, hora para brincar... hora para estudar, hora para namorar, hora para fazer festa... hora para trabalhar, hora para "entrar no ar", horas para cumprir... e agora, é hora de que?

Perder o controle da situação, lidar com o inesperado, não saber o que vai acontecer amanhã, sentir medo... tudo isso assusta, confunde! O que no início parece ser apenas uma confusão mental, torna-se inclusive física, e lá vem a asma, a gastrite, a dor de cabeça, o frio na barriga! Entretanto, é esse frio na barriga que é a graça da vida! Os dias seriam tão monótonos se soubessemos tudo o que ia acontecer e na hora que ia acontecer (afff, tá bom, vamos combinar, todo mundo um dia já desejou ter o dom da premonição, mas já que não é possível, pensemos pelo lado positivo, pois)!

Muito sábio quem um dia comparou a vida com uma montanha russa. É a própria: cheia de altos e baixos, curvas no caminho e muita adrenalina! Logo eu, que tenho pavor dos parques de diversão (me compra uma passagem para o Timor Leste, mas não me compra para a Disney!), estou aprendendo a gostar da emoção! Então, apertem os cintos!

OBS: FELIZ DIA DO AMIGO para todos, principalmente para aqueles que estão sempre comigo, aguentando as minhas paranóias e os meus momentos de "ser ou não ser, eis a questão"!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Uma fantástica oportunidade!

A pedido da equipe de divulgação da 5ª edição do Concurso Universitário de Jornalismo CNN.

Se você é estudante de Jornalismo, prepare-se para entrar na vitrine do mercado de trabalho. Através do Concurso Universitário de Jornalismo CNN, você pode ter sua matéria exibida no canal para todo o Brasil e ainda ganhar uma viagem para conhecer os estúdios da CNN Internacional nos Estados Unidos.

Basta produzir uma matéria de até 2 minutos sobre O uso da tecnologia no desenvolvimento social, tema desta 5ª edição do concurso. A novidade deste ano é que os vídeos podem ser enviados pelo YouTube, e cada estudante pode produzir quantas matérias quiser.

As inscrições já estão abertas e seguem até o dia 29 de junho no site http://www.concursocnn.com.br/, onde também é possível encontrar mais informações sobre a oportunidade.

Veja também notícias atualizadas sobre o concurso no blog www.concursocnn.com.br/2009/blog

Assista ao vídeo vencedor do Concurso de Jornalismo CNN 2O08

sábado, 16 de maio de 2009

Amor pé no chão!


Este blog não é um site de auto-ajuda, um espaço para terapia online e muito menos tem a pretensão de oferecer conselhos (até mesmo porque se conselho fosse bom, era vendido, como diz o ditado)! Mas não há regra sem exceção! Alguns textos sobre amor merecem um espaço no Fantástico Mundo de Bianca! Não aqueles feitos de mel, água e açúcar, que mais parecem histórias de ficção por idealizar um mundo de amor que não existe, mas sim aqueles diretos, verdadeiros, realistas, muitas vezes até insensíveis, que falam desse sentimento com os pés no chão.

Um exemplo é O amor que a vida traz, postado aqui no dia 23 de abril, no qual Martha Medeiros tira as pessoas das nuvens e as coloca no mundo real, onde não encontramos amores perfeitos. Hoje trago mais um choque de realidade através das palavras de Arnaldo Jabor que, na minha opinião, conseguiu em algumas linhas dizer tudo sobre o amor.

SER ADULTO

Por Arnaldo Jabor

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:

- Ah, terminei o namoro!
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- 3,4,5,6,7 anos.... que pena... acabou...
- É, não deu certo!

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar 100% de você para você mesmo, como cobrar 100% do outro? E não temos essa coisa completa. Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível. Tudo junto, não vamos encontrar. Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.

Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona. Acho que o beijo é importante, e se o beijo bate, se joga! Se não bate, mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar, ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa realmente gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?

O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo. E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse.

A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar, ou se apaixonar, ou se culpar.

Enfim... quem disse que ser adulto é fácil?!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A arte de andar de ônibus


Depois de passar uma semana fazendo um "bate-volta" Santa Cruz - Porto Alegre praticamente todos os dias, descobri algo valioso: andar de ônibus é uma arte e rende, no mínimo, boas histórias. E isso que não eram aqueles de linha comum, onde cada parada é uma surpresa! Mesmo assim, as cinco horas diárias dedicadas ao "fofinho" valeram, pelo menos, uma idéia de post para o blog!

Se as regras de etiqueta existem justamente para melhorar a convivência entre as pessoas, os transportes coletivos, em geral superlotados, deveriam ser os primeiros a adotá-las e cobrá-las dos passageiros. A empresa First Bus, da Inglaterra, fez algo parecido ao lançar um guia de comportamento, mas este destinado exclusivamente aos motoristas de ônibus. Entre as 18 páginas do folheto há orientações como tomar banho todos os dias e usar desodorante regularmente.

Recomendações estas que aponto como as primeiras da lista de pré-requisitos necessárias para o embarque de passageiros. Você pode ter a sorte daquele azento não sentar na poltrona do seu lado, mas há grandes chances de ele ir até o fundo do ônibus se apoiando nos compartimentos superiores para bagagens de mão. Isso se ele não resolver esperar o banheiro desocupar bem ali, parado no corredor ao seu lado, mantendo o equilíbrio com as mãos para cima (repare que ele deve estar usando uma camisa de tecido sintético)!

Falando em banheiro, este deve ser usado unica e exclusivamente para o "número 1". Os passageiros agradecem, principalmente a "galera do fundão".

Aos que possuem toques polifônicos cafonas: já inventaram o silencioso! O modo vibratório, que seja! Não obriguem o ônibus inteiro a ouvir a sua lamentável preferência musical (porque geralmente quem tem toque personalizado é fã de pagode, funk ou serta-nojo). E pode ter certeza que quando você estiver pegando no sono, o celular do cafona infeliz vai tocar (nesse momento, ele deve puxar o aparelho do cinto e em seguida tirá-lo da capinha protetora, ambos acessórios combinando com a cor do sapato)!

Na próxima tentativa de continuar dormindo, provavelmente uma velha chata (não seria uma redundância?!) vai começar a conversar por editorias: política, economia, polícia, esportes, cultura, e por aí vai... você ouve apenas a voz dela, como se fosse um monólogo, e de fato é. Essas são da espécie mais perigosa: falam para o além e observam a reação das pessoas ao redor. Aquele que olhar ou esboçar qualquer reação é capturado como uma presa, e só escapa antes do fim da viagem se tiver um mp4 em mãos.

Para os adeptos ao fone de ouvido: não se esqueçam de tirá-los antes de discutir a relação com a (o) companheira (o) ao lado. Ninguém precisa saber há quanto tempo vocês não fazem amor.

Depois do garoto propaganda da Red Bull ("te dá aaaasaas"!), do parceiro que comeu repolho e rabanete antes da viagem, do cafona do celular, da velha superculta e do sujeito-sem-noção-com-fones-nos-ouvidos, você ouve o último hit da Madona e pensa que o motorista ligou o rádio. Aí você olha para o lado e vê aquele cara que você pensou que fosse homem atendendo o celular com as mãos exibindo unhas de dar inveja até na Paris Hilton. Aí você e o ônibus inteiro descobrem que ele está indo para a sua cidade passar a faixa de Mais Bela Trans 2009.

Para pessoas efusivas demais, as empresas de transportes públicos deveriam disponibilizar Rivotril.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O amor que a vida traz *


Você gostaria de ter um amor que fosse estável, divertido e fácil. O objeto desse amor nem precisaria ser muito bonito, nem rico. Uma pessoa bacana, que te adorasse e fosse parceira já estaria mais do que bom. Você quer um amor assim. É pedir muito? Ora, você está sendo até modesto.

O problema é que todos imaginam um amor a seu modo, um amor cheio de pré-requisitos. Ao analisar o currículo do candidato, alguns itens de fábrica não podem faltar. O seu amor tem que gostar um pouco de cinema, nem que seja pra assistir em casa, no DVD. E seria bom que gostasse dos seus amigos. E precisa ter um objetivo na vida. Bom humor, sim, bom humor não pode faltar. Não é querer demais, é? Ninguém está pedindo um piloto de Fórmula 1 ou uma capa da Playboy. Basta um amor desses fabricados em série, não pode ser tão impossível.

Aí a vida bate à sua porta e entrega um amor que não tem nada a ver com o que você queria. Será que se enganou de endereço? Não. Está tudo certinho, confira o protocolo. Esse é o amor que lhe cabe. É seu. Se não gostar, pode colocar no lixo, pode passar adiante, faça o que quiser. A entrega está feita, assine aqui, adeus.

E agora está você aí, com esse amor que não estava nos planos. Um amor que não é a sua cara, que não lembra em nada um amor idealizado. E, por isso mesmo, um amor que deixa você em pânico e em êxtase. Tudo diferente do que você um dia supôs, um amor que te perturba e te exige, que não aceita as regras que você estipulou. Um amor que a cada manhã faz você pensar que de hoje não passa, mas a noite chega e esse amor perdura, um amor movido por discussões que você não esperava enfrentar e por beijos para os quais nem imaginava ter tanto fôlego. Um amor errado como aqueles que dizem que devemos aproveitar enquanto não encontramos o certo, e o certo era aquele outro que você havia solicitado, mas a vida, que é péssima em atender pedidos, lhe trouxe esse e conforme-se, saboreie esse presente, esse suspense, esse nonsense, esse amor que você desconfia que não lhe pertence.

Aquele amor em formato de coração, amor com licor, amor de caixinha, não apareceu. Olhe pra você vivendo esse amor a granel, esse amor escarcéu, não era bem isso que você desejava, mas é o amor que lhe foi destinado, o amor que começou por telefone, o amor que começou pela internet, que esbarrou em você no elevador, o amor que era pra não vingar e virou compromisso, olha você tendo que explicar o que não se explica, você nunca havia se dado conta de que amor não se pede, não se especifica, não se experimenta em loja – ah, este me serviu direitinho!

Aquele amor corretinho por você tão sonhado vai parar na porta de alguém que despreza amores corretos, repare em como a vida é astuciosa. Assim são as entregas de amor, todas como se viessem num caminhão da sorte, uma promoção de domingo, um prêmio buzinando lá fora, mesmo você nunca tendo apostado. Aquele amor que você encomendou não veio, parabéns! Agradeça e aproveite o que lhe foi entregue por sorteio.

* Texto de Martha Medeiros publicado na Zero Hora de domingo, dia 19.

domingo, 19 de abril de 2009

Ser gordo pode custar caro!

Mais um motivo para os gordinhos fecharem a boca e se puxarem na malhação! Nos Estados Unidos, país onde pelo menos um terço da população está acima do peso, a companhia aérea United Airlines adotou uma medida polêmica: os obesos poderão ser obrigados a comprar duas passagens ou trocar a classe econômica pela executiva, onde as poltronas são maiores e custam mais caro.

A regra vale apenas se o vôo estiver cheio ou se não houver assento extra para acomodar um passageiro obeso. Não existe peso ou largura específica para determinar quem deve pagar a passagem extra. Por isso são usados os seguintes critérios para aplicar a nova medida: passageiros que não couberem no assento, que não conseguirem fechar o cinto de segurança mesmo usando um extensor e os que não conseguirem baixar os braços da poltrona quando estiverem sentados.

A notícia, publicada na Zero Hora deste sábado, 18, tem criado discussões. A turma peso pesado está revoltada e acusa a empresa de estimular o preconceito. Alguns defendem a idéia de os fofuxos terem direito a um certo número de lugares especiais dentro do avião, como os deficientes. Em vez de três poltronas por fileira, alguns corredores poderiam suportar dois assentos maiores. Mas aí, com a redução de lugares, reduz também a receita da empresa. A solução seria aumentar a passagem de todos. Então, os adeptos ao coscarque se negam a pagar pela obesidade alheia.

Eu, particularmente, aprovo a idéia da United! Se todas as empresas aéreas adotassem a medida, bem como os transportes públicos, seria um grande incentivo para obesos se conscientizarem a mudar de estilo de vida. Não por uma questão de preconceito, e sim por uma questão de saúde. E, cá entre nós, ter um companheiro de viagem acima do peso pode fazer você cometer loucuras! Duvida? Dá uma olhada no vídeo!



Para ler a matéria na ZH, clique aqui.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Um dia de Páscoa em Gramado

Frio. Cobertor. Lareira. Banho quente. Sol. Café da manhã. Serviço de quarto. Cheiro de hotel. Movimento. Sotaque paulista. Sotaque carioca. Espanhol. Inglês. Turistas. Talharim ao molho Capo D'Monte. Vinho tinto suave. Chocolate. Coelhos por todos os lados e de todos os tipos. Coelhos estátuas. Coelhos que falam. Coelhos que andam. Coelhos que dão chocolate. Coelhos "modelos-para-fotos". Lago Negro. Mini Mundo. Casas sem grades e com muros baixos que não temem a violência. Lojas. Roupas. Botas. Compras. Sacolas. Preferência do pedestre. Chocolate quente. Desejo de um abraço que está longe. Livro para monografia. Chimarrão. Mãe. Pai. Afilhada. Páscoa! Gramado!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Na ponta da língua

Novidade em campo! O fisiologista do São Paulo Futebol Clube desenvolveu uma fitinha, parecida com uma folha de papel, que contém grande quantidade de sódio e potássio. Ao ser dissolvida na língua, os elementos entram em contato com a circulação sangüínea e o resultado é mais rendimento no jogo. Os jogadores não sentem cãibras e a fadiga muscular demora mais para chegar.

A tal fitinha substitui um suco de seis laranjas ou quatro bananas, quantidade necessária para repor o que um jogador perde e 90 minutos de jogo. A diferença é que, para digerir as bananas ou o suco de laranjas, é preciso uma pausa de 40 minutos a uma hora.

Logo logo, as fitinhas serão a mais nova moda nas raves!




Veja a matéria sobre a "fitinha milagrosa" exibida na edição do dia 06/04 no Jornal Nacional da Globo

terça-feira, 24 de março de 2009

Também quero!

Méritos para a agência Y&R que criou a nova campanha institucional da Vivo! Sem dúvida um dos comerciais mais criativos que já vi! Mas eu esperaria para lançá-lo próximo ao Dia dos Namorados!

Inclusive fica o exemplo do "moço bem apessoado" da propaganda para todos os homens do Brasil, em especial para o meu príncipe encatando que deve estar vindo de jegue!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Restos de veraneio

Hoje li a seguinte nota na Zero Hora que me fez lembrar de um episódio que vivi no verão:

"Restos de veraneio
A temporada de verão acabou e algumas ruas de Capão Novo acabam sofrendo com o abandono. Leitor da Página 3 envia foto para mostrar que há vários dias o lixo se acumula nas calçadas da Avenida das Gaivotas."


Lembrei na hora do dia em que estava tomando chimarrão com meus pais na beira-mar de Capão Novo, um programa tradicional da família Ferreira, feito pelo menos uma vez durante as férias para variar um pouco o cenário da hora do mate que acontece sempre em "Capão Velho" onde veraneamos.

Cenário este que, nos outros anos, era movimentado. Crianças brincando na praça, pista de patinação lotada, famílias voltando da praia, casais de namorados nos bancos, shows artísticos no palco municipal, filas quilométricas nas tendas de crepe. Neste ano tudo isso foi substituído por uma paisagem sem som e sem cor. Capão Novo, praia que pertence à Capão da Canoa, caiu no esquecimento do município.

E justamente para reivindicar melhorias para a cidade, duas jovens passeavam pela orla naquela tarde, colhendo assinaturas de veranistas como nós, que de braços cruzados reclamávamos do descaso da Prefeitura.

Um belo exemplo para ilustrar aquele clichê clássico, mas verdadeiro: se cada um fizer a sua parte, podemos ter um mundo melhor. E agora que o "leitor da Página 3", como nomeou a Zero Hora, tornou público o problema de Capão Novo, esperamos que as autoridades competentes tomem as devidas providências (porque no Brasil é assim: a imprensa tem que entrar na jogada e cobrar ações para enxergarmos algum resultado). Veremos no próximo verão!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Faça sua parte II



Este é um ano muito importante para o futuro do planeta. Em dezembro, acontecerá na Dinamarca a 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O objetivo é reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Para isso, os países precisam assinar o acordo que apresenta medidas para combater o aquecimento global.

Enquanto isso, cada um de nós pode fazer a sua parte, apagando as luzes por sessenta minutos no dia 28 de março, sábado, às 20h30min. Este gesto simples é um ato simbólico para relfetir e demonstrar preocupação em relação às mudanças climáticas no mundo.

A Hora do Planeta, nome dado ao movimento, começou em 2007 na Austrália. Este é o primeiro ano que o WWF-Brasil participa da atividade.

No site http://www.horadoplaneta.org.br/ é possível obter mais informações sobre a ação e cadastrar-se para receber boletins eletrônicos com dicas ambientais, além do lembrete para a grande noite.

Faça a sua parte I

Quantas vezes você já se pegou reclamando do nosso país? Da falta de educação, da vergonha na saúde, dos escândalos políticos? Questões como essa pautam a mídia, nossas conversas diárias e são até inspiração para letras de música.

Mas de nada adianta reclamar de braços cruzados. Uma simples atitude sua pode ajudar a melhorar o Brasil. Entre no site http://www.brasilpontoaponto.org.br/ e responda "O que precisa mudar no Brasil para a sua vida mudar de verdade?". A resposta pode ser enviada em forma de texto ou vídeo e ajudará na elaboração do Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU.

A pesquisa faz parte do Brasil Ponto a Ponto - o seu ponto de vista para um país melhor, uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Eu já fiz a minha parte. E você, quando vai fazer a sua?!

domingo, 15 de março de 2009

Onde tem fumaça tem fogo


Já ouviram aquela frase "Solteira, sim! Sozinha, nunca!"? Pois é, esta sou eu. Posso não ter namorado, posso ser abandonada pelas amigas em algum momento, posso estar órfã de pai e mãe enquanto eles aproveitam a aposentadoria e viajam pelo mundo, mas sozinha eu nunca vou estar! A asma e a rinite nunca me abandonarão! O mundo pode dar as costas para mim, mas elas estarão sempre comigo, quer eu queira, quer eu não queira.

Para a asma, acredito que o dia 12 de junho de 1987 tenha sido aguardado com ansiedade, pois este foi o dia em que nasci e ela já veio me receber, na época disfarçada com o codinome "bronquite". A rinite (RINITE gente, e não RENITE, por favor!), foi um pouco mais tímida. Veio chegando de mansinho, no início só procurava o meu aconchego no dias mais frios, mas aos poucos fomos criando uma intimidade e hoje estamos juntas para o que der e vier.

Na verdade nossa relação não é das melhores. Muitas vezes eu gostaria que elas não me acompanhassem. Já procurei em diversos lugares motivos que pudessem explicar o apreço insistente que elas sentem por mim. Clima. Sujeira. Genética. Nada parecia satisfazer por completo a minha dúvida.

Até que hoje, ao ler a Zero Hora, acredito que encontrei o laço que nos uniu: os incensos. Segundo o artigo escrito pelo pneumologista Paulo de Tarso Roth Dalcin, a quantidade de material gerado pela combustão de uma vareta de incenso corresponde aproximadamente à queima de três a quatro cigarros. Um estudo recente mostrou que a exposição prolongada à fumaça do incenso está associada com câncer respiratório, enfisema, bronquite crônica, asma e rinite alérgica, especialmente em mulheres e crianças.

Que decepção! Sempre acreditei fielmente no poder de causar bem-estar que o incenso proporcionava, e hoje o tenho como vilão. Tarde demais, porque a esta altura do campeonato, "minhas amigas" não me abandonarão mais.

Veja Blog recomenda O Fantástico Mundo de Bianca


Nesta semana o blog O Fantástico Mundo de Bianca, produzido por esta que vos escreve, recebeu a visita da equipe da Veja Blog, e foi selecionado para participar da lista dos melhores e mais prestigiados blogs do Brasil!

Este "selo Veja Blog recomenda" representa para mim um incentivo para dar continuidade a este blog, escrevendo sobre assuntos que aguçem nossa reflexão, senso crítico e imaginação, e que motivem os leitores a continuar participando, seja por meio de comentários ou apenas leitura.

Para conferir o link deste blog na lista de blogs selecionados pela Veja Blog, clique aqui.

Para conferir todos os blogs selecionados pela Veja Blog, clique aqui.

terça-feira, 10 de março de 2009

A Era da Cegueira


Há alguns anos atrás fazer faculdade era sinônimo de estudar fora. Sair de casa, abandonar a barra da saia da mãe, mudar de cidade e de amigos. Hoje essa realidade mudou. Muito por causa do surgimento de novas universidades, principalmente no interior. Mas analisando mais profundamente, há também uma questão social muito forte presente nesta mudança.

Eu, por exemplo, comecei a faculdade de jornalismo na Unisinos, porque sempre fui do tipo “quero ser que nem as manas quando crescer”! A mana Roselaine é formada em Psicologia pela UCS (Universidade de Caxias do Sul) e hoje é Doutora e professora na Unisc, e a mana Rosilene é formada em Direito pela Ulbra de Canoas.

Hoje, estou concluindo o curso na Unisc. Dos tempos da Unisinos, guardo boas lembranças dos amigos maravilhosos que conheci, dos professores geniais que me ajudaram, do estágio na AgexCom onde aprendi muito, das panquecas deliciosas do Alemão... Mas também me lembro da pia cheia de louça para lavar, do pobre tanque sempre excluído que sempre perdia as roupas sujas para o tanque da mãe em Santa Cruz, das lágrimas de saudade de casa, da família...

Ao voltar para as origens e adiar a estréia do vôo solo, percebi que muitos conhecidos fizeram o mesmo e conclui que, atualmente, há uma forte tendência entre os jovens de prolongar a mordomia de casa por alguns anos, ao contrário dos tempos acadêmicos das manas. Será a Era da Preguiça? Talvez. Mas prefiro dizer que é a Era da Cegueira. Os jovens estão sempre à procura de exemplos, de modelos a serem seguidos, pois eles precisam se enxergar. E quais são os exemplos que a nossa sociedade apresenta? Mulher Melancia, Mulher Morango, ou Mulher qualquer fruta? Nos anos 80 e 90, as letras das músicas motivavam reflexões sobre política, sociedade e outros temas polêmicos, como fazia a banda Legião Urbana. E hoje somos convidados a refletir sobre o créu e sobre as piriguétis.

Na falta de uma sociedade na qual o jovem encontre seu espelho, ele acaba tendo a família como referência, por mais mal estruturada que esta possa ser. Eu continuo querendo ser “que nem as manas”! Posso ter começado por um caminho um pouco diferente, mas agora se aproxima um novo trecho, e elas serão uma das minhas fortes inspirações que me ajudarão a seguir em frente, seja o destino qual for!

OBS: Créditos para a mana e psicóloga Roselaine que me ajudou com algumas idéias para escrever este texto!

terça-feira, 3 de março de 2009

Como renascer comendo carne

Passado o Carnaval, entramos na época da Quaresma. Para a Igreja Católica, este é o período de preparação para a Páscoa (a ressurreição de Jesus Cristo). É o tempo para os fiéis refletirem e se aproximarem de Deus, visando o crescimento espiritual. Muitos ainda conservam hábitos antigos nesta época, como o jejum, um símbolo de sacrifício para demonstrar que a única verdadeira necessidade do ser humado é Deus. Alguns escolhem outras formas de abstinência para seguir esta crença. Não comer carne talvez seja o mais simbólico de todos os sacrifícios, já que a palavra Carnaval surgiu da expressão “adeus a carne” e está relacionada com a idéia de afastamento dos prazeres da carne, uma nomenclatura no mínimo sugestiva para esta festa que antecede a Quaresma.

Eu não sou vegetariana, mas como defensora dos animais admiro os adeptos deste life style. Eles não comem nada que fuja, que tente fugir ou que sofra quando está vivo. Um princípio totalmente ético ao meu ver, pois o homem não é superior ao animal, ambos têm o mesmo direito à vida. E não vai ser a tal “lei da sobrevivência” que vai me convencer a mudar de idéia, uma vez que a vida do homem não depende da vida do animal. Sem falar no tratamento que os bichos recebem antes do abate.

Antes que me chamem de hipócrita por defender uma filosofia e seguir outra, levanto as mãos para cima e admito: não sigo o vegetarianismo por preguiça! A carne não é meu prato preferido e posso viver muito bem sem ela, obrigada. Mas tem que ter persistência para enfrentar situações como a falta de opções de restaurantes para esse público (pelo menos no interior), reuniões de amigos ou colegas de trabalho sempre regados a churrasco, entre outras. Aliás, que mania as pessoas tem de eleger o churrasco como o cardápio universal dos encontros de amigos. Por que não uma pizza? Uma massa? Uma lasanha? Um strogonoff (Ops! Tem carne!)

Pois é, a carne não está só no churrasco e talvez não seja tão fácil assim se livrar dela. Por isso escolhi outro sacrifício nesta Quaresma e ele foi inspirado na seguinte frase: “Devemos ter coragem para mudar os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares”.

Independente de religião, acho que todos devem entender a Páscoa como um renascimento, um recomeço, o início de um novo ciclo, e podem se preparar para isto de alguma forma, afinal, “não podemos voltar atrás e fazer um novo começo, mas podemos recomeçar e fazer um novo fim”.

Recomece você também!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Quando recordar não é viver

O jornalismo às vezes é contraditório. Desde as primeiras décadas do século XVII, época das “folhas volantes”, as catástrofes, as tragédias, as abominações, enfim, tudo o que era insólito merecia ser noticiado. Passaram-se centenas de anos e a morte e a violência continuam sendo importantes valores-notícia.

Enquanto isso, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros nos diz que “o jornalista não pode divulgar informações de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes” (Art. 11, inciso II) e “não pode usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime” (Art. 7º, inciso V).

Pois bem, tenhamos bom senso, então! Moramos no país que está na quarta posição do ranking dos 84 países mais violentos do mundo. Não podemos simplesmente virar as costas para isso, consumir com todas as páginas policiais dos jornais e levantar a bandeira branca. Até mesmo porque temos um compromisso com a sociedade de defender os direitos dos cidadãos.

Compromisso este de informar sobre o atual, o novo, e não de requentar a frieza de crimes que abalaram o Brasil há anos atrás, como fez a Rede TV! ontem no programa A Tarde é Sua. Foram cerca de 30 (TRINTA!) minutos de reportagem que reviveu cinco crimes: o caso da jovem Évelyn Ferreira, seqüestrada e assassinada pelo ex-namorado em 2007; os skinheads que atiraram dois jovens para fora do trem em Mogi das Cruzes - São Paulo, em 2003; a jornalista Sandra Gomide que foi assassinada pelo ex-namorado e também jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves em 2000; o menino João Hélio que ficou preso ao cinto de segurança e foi arrastado por mais de sete quilômetros pelos assaltantes que roubaram o carro em 2007; e o casal de jovens Liana Friedenbach e Felipe Caffé seqüestrados e assassinados em Embu-Guaçu – São Paulo, em 2003.

Já não basta a imprensa reviver o trauma a cada nova manchete quando o assunto ainda é atual, será mesmo relevante relembrar o drama anos depois? Definitivamente não. Vai de encontro aos princípios jornalísticos. Vai de encontro ao gosto da audiência. Sensacionalismo dos piores.

Sobre os critérios de seleção de notícias, Bourdieu disse que "os jornalistas têm os seus óculos particulares através dos quais vêem certas coisas e não outras, e vêem de uma certa maneira as coisas que vêem". Vamos trocar as lentes para enxergar melhor então, por favor!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Nem tudo que sangra é dodói!

Eis que nasce este blog! Nascimento lembra bebês, crianças, o início de uma vida. Como uma típica “dinda coruja”, associo rapidamente estas palavras a minha afilhada Catarina, de 3 anos. E por falar nela, aconteceu um episódio que me fez refletir sobre a forma como vivemos, e acho que é uma história digna de inaugurar este blog.

É verão! Como de costume, papai e mamãe passam a temporada de férias em Capão da Canoa e, desta vez, a filha caçula (esta que vos escreve) acompanha o casal Ferreira, numa tentativa de aproveitar ao máximo as “últimas férias longas em família” (já que no próximo verão deixarei o “pseudo” para trás e serei jornalista por formação). Praia, piscina, sol, sorvete e livros fazem parte da minha rotina agora. E, por dez dias, troquei o sorvete e os livros por fraldas e balas de goma. Isso porque a pequena Catarina também veio curtir a brisa do litoral gaúcho (ok, podem ler “o tornado” em vez de “a brisa”!), o que me proporcionou uma experiência do tipo “programa Au Pair em Capão da Canoa”. Atividades propostas: dar comida (fazer é com a vó!), trocar a fralda, passear, brincar, dar banho... e foi no banho que a pequena Catarina fez uma descoberta: nem tudo que sangra é dodói! Isso graças ao período desagradável no qual eu me encontrava e pelo qual todas as mulheres passam uma vez por mês! A novidade intrigou a criança, que enquanto comia balas de goma numa sorveteria lotada (repito: lotada!), ela não hesitou em perguntar: “Dinda, ainda tá saindo sangue da tua pepeca?”

Pronto. Se as espinhas, a barriga inchada e o mau-humor haviam causado alguma desconfiança em alguém, a Catarina confirmou! Passado o constrangimento, veio uma sensação maravilhosa de estar ao lado de alguém totalmente pura, sem maldade alguma. E acho que a convivência entre as pessoas seria muito melhor se cada um de nós conservasse um poquinho dessa inocência de criança. Não me refiro à ingenuidade, que pode nos cegar a ponto de não enxergarmos o perigo. Mas à sinceridade e à espontaneidade, que vencem o medo de falar o que sentimos e pensamos.

Lições com esta foram a remuneração que recebi pelo trabalho de Au Pair. Melhor pagamento, impossível!


Catarina curtindo a praia